sábado, 22 de setembro de 2007

Dia Mundial Sem Carro


Dia Mundial Sem Carro. A data, que soa como um manifesto, tem o intuito de alertar as pessoas para os problemas causados pelo uso massivo dos automóveis nas grandes cidades.

Como é onde começou
A idéia surgiu inicialmente na Europa, durante a crise do petróleo nos anos 70. Conhecida lá fora como World Carfree Day, a data foi oficialmente instituída em 2000, mas só chegou ao Brasil em 2001, quando 11 cidades brasileiras aderiram à data.

Em São Paulo, a iniciativa começou, ainda sem muita força, em 2005, quando a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente divulgou a causa. Mas, apesar de cair em um sábado, dia em que menos trabalhadores saem às ruas, nunca a data foi tão comentada quando neste ano. Leia mais sobre a história

Nossa São Paulo
Para incentivar a população a participar do movimento, a prefeitura de São Paulo, em parceria com o movimento Nossa São Paulo é Outra Cidade, vai organizar passeios ciclistico na região central da cidade.

Com o mote: "Por um transporte público melhor, por menos poluição, por menos engarrafamentos, por respeito ao pedestre, por mais ciclovias, por cidadania e segurança no trânsito", a campanha busca voluntários para organizar os passeios, já que não haverá participação da CET.

De manhã, um grupo fará o trajeto Ibirapuera - Parque do Povo - Villa-Lobos e à tarde, outro grupo vai do Conjunto Nacional até o SESC Paulista.

Outras áreas da sociedade também tentarão colaborar com a causa. A TVCultura publicou comunicado oficial informando que "algumas equipes de jornalismo só usarão bicicleta e transporte coletivo para ir ao local de suas reportagens". A emissora também fará a cobertura de outros esforços feitos pelos paulistanos neste dia.

No resto do Brasil
São Paulo não é a única cidade que está se mobilizando para fazer os moradores deixarem o carro na garagem. Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA) e Belo Horizonte (MG) também terão campanhas no Dia Mundial Sem Carro.

No Rio, onde a frota é de cerca de 1 milhão de veículos, a prefeitura vai promover eventos para incentivar a população a utilizar as ciclovias da cidade.

Em Belém e Belo Horizonte, a bicicleta também será adotada como alternativa de transporte. Passeios ciclísticos e panfletos informativos serão distribuídos nas capitais para alertar e informar a população. Na capital mineira, um concurso também vai eleger a melhor frase sobre a vantagem de se usar bicicleta em ao invés do carro.

Eu colaboro com ou sem campanha
Mesmo antes da campanha, alguns paulistas já bucavam alternativas de transporte, como Diego Vinícius e Souza, 24 anos, que não tem carro por opção.

Duas vezes por semana, Diego, que é engenheiro de software do Yahoo! Brasil vai a pé da estação do metrô Santa Cruz, onde faz academia, até a Vila Olímpia, bairro em que trabalha. Ao todo são 12 km por semana, 6 km por dia, e 1 hora gasta no trajeto.

Diego poderia vir de ônibus ou bicicleta, mas considera a caminhada a melhor opção. "O transporte público tem uma qualidade muito ruim, então eu evito o stress de usá-lo nesses dois dias. Já de bicicleta, o problema é o desrespeito dos motoristas em relação ao ciclista. As calçadas também são bem ruins e na rua você se torna praticamente um alvo", conta.

Para o engenheiro, andar de carro também é uma questão de consciência ecológica. "Mesmo que seja difícil não ter carro, acho que vale a pena carregar a cruz. O problema de poluição no planeta também é nosso problema, então qualquer coisa que a gente faça para ajudar a resolvê-lo é válida", conclui.

Diego não é o único que pensa assim. O Engenheiro Civil da Dersa, Pedro Cruz, 29 anos, deixa o carro em casa três vezes por semana para ir ao trabalho de bicicleta. O trajeto realizado por Pedro - que vai no Butatã até o Itaim Bibi - tem pouco mais de 7 km e a bicicleta é a melhor opção.

"Ir trabalhar de bike não é muito fácil. Tem que morar relativamente perto do trabalho e o trajeto não ser muito acidentado, mas eu não sei quanto tempo vou ter que ficar esperando para passar o ônibus, nem quanto tempo ele vai levar para chegar ao meu destino. Não tem boa confiabilidade", diz.

Na opinião de Pedro, falta incentivo e leis de trânsito que facilitem a vida do cliclista nas grandes cidades. "Falta campanha. Andar de bike não é só uma questão ecológica, é uma questão de espaço urbano. Carro ocupa muito mais espaço que a biclicleta. Acho que com incentivo à adesão a esta prática pode aumentar", conclui o engenheiro da Dersa.

Outras campanhas
Por aqui, quem não consegue ficar sem carro nem nos finais de semana e mesmo assim quer encontrar um jeito de colaborar para diminuir a poluição do planeta, a rede de postos de gasolina Ipiranga criou o cartão "Carbono Zero".

De acordo com a empresa, os clientes que possuíram este cartão poderão transformar em árvores a quantidade de gás carbônico que o carro emite ao andar.

Mesmo com as campanhas, ainda falta muito para o país conseguir neutralizar a poluição causada pelos automóveis. Só no Estado de São Paulo, o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito) contabiliza mais de 4 milhões de carros e mais de 1 milhão entre ônibus, caminhões e motos.

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